sábado, 20 de outubro de 2012

ABRAÃO, o amigo de Deus


Abraão (em hebraico: אברהם, Avraham ou ’Abhrāhām) é um personagem bíblico citado no Livro do Gênesis a partir do qual se desenvolveram três das maiores vertentes religiosas da humanidade: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Registros da história de Abraão

Abraão é citado no livro de Gênesis como a nona geração de Sem, o qual foi um dos filhos do patriarca Noé que tinha sobrevivido às águas do dilúvio.

Segundo a Bíblia, a mais provável procedência de Abraão seria a cidade de Ur dos caldeus, situada no sul da Mesopotâmia, onde seus irmãos também teriam nascido. O final do capítulo 11 do primeiro livro da Torah, ao descrever a genealogia do patriarca hebreu, assim informa, mencionando o nome anterior de Abraão:

E estas são as gerações de Tera: Terá gerou a Abraão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló. E morreu Harã, estando seu pai Terá ainda vivo, na terra de seu nascimento, em Ur dos caldeus. (Gênesis 11: 27-28)

O Livro dos Jubileus, considerado como uma obra apócrifa entre os judeus e cristãos, diz que Abraão, já aos catorze anos de idade, quando ainda residia em Ur dos caldeus com sua família, teria começado a compreender que os homens da terra haviam se corrompido com a idolatria adorando as imagens de escultura. Então Abraão não aceitou mais adorar ídolos com o seu pai Tera e começou a orar a Deus, pedindo-lhe que conservasse a sua alma pura do erro dos filhos dos homens e também a de seus descendentes.

Diz também o livro de Jubileus, no seu capítulo 12:10, que Abraão casou-se com Sara, no ano 49 de sua vida. E, quando o patriarca estava com 60 anos, ocorreu a morte trágica de seu irmão Harã, o pai de Ló.

Prossegue o texto bíblico informando que Terá, o pai de Abraão, após a morte de Harã, teria tomado sua família e organizado uma expedição para fixar-se em Canaã. Contudo, ao chegar numa localidade que veio a receber o mesmo nome do filho falecido, Terá permaneceu ali onde morreu com a idade de duzentos e cinco anos:

E tomou Terá a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã e habitaram ali. E foram os dias de Terá duzentos e cinco anos; e morreu Terá em Harã (Gênesis 11:31-32)

Segundo a Bíblia, no capítulo 12 do livro de Gênesis, Abrão recebeu uma promessa divina para deixar a sua terra e a de sua família. Tal chamado de Deus pode ter ocorrido quando Abraão já se encontrava com sua família em Harã.

Estevão, em seu discurso registrado no livro bíblico de Atos, informa que Deus apareceu a Abraão ainda na Mesopotâmia e Terá já havia falecido;

O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, e disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à terra que eu te mostrar. Então, saiu da terra dos caldeus e habitou em Harã. E dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que habitais agora. (Atos 7:2-4).

Viagem para Harã

Há suposições de que Abraão anuiu nesta jornada em direção a Salém, mas teria sido o seu irmão Naor, o qual não tinha conhecimento dos ensinamentos de Melquisedeque, que os persuadiu a ficar em Haran.

No entanto, sabe-se que Harã, na Antigüidade, foi um importante ponto de passagem para as caravanas do Oriente Próximo. E talvez a prosperidade do local tenha motivado a fixação da família de Abrão neste local em que acredita-se que o clã deveria abastecer o povoado com seus rebanhos.

É provável que, em Harã, Abrão tenha recebido talvez um segundo chamado divino para deixar a terra de sua família e se estabelecer na terra que Deus lhe indicasse. Nesta passagem, logo no começo do capítulo 12 de Gênesis, Deus anuncia diretamente ao patriarca bíblico que ele se tornaria uma grande nação e não há nenhuma menção expressa de que a terra prometida seria Canaã, muito embora esta teria sido o destino que o seu pai teria buscado e veio a ser confirmado posteriormente.

Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engranderecei o teu nome, e tu serás uma bênção. (Gênesis 12:1-2)

Todavia, é provável que devido à profecia proferida por Noé, quando castigou a Cam dizendo que Canaã seria escravo de Sem, existisse a ideia de que Abraão deveria seguir em direção à Canaã (Gn 9:25-27). Até mesmo porque no verso 31 do capítulo 11 de Gênesis diz que Terá e sua família deixaram Ur destinados a chegar em Canaã.

A partida para Canaã

A Bíblia diz que Abrão, obedecendo as ordens de Deus, saiu com Ló de Harã, juntamente com sua esposa e seus bens, indo em direção a Canaã. O texto informa que Abrão já teria setenta e cinco anos de idade e dá a entender que já tivesse pessoas a seu serviço, embora nenhum filho.

Depois dessa longa jornada de Harã até Canaã, o primeiro local onde Abraão esteve teria sido em Siquém, no carvalho de Moré, onde habitavam os cananeus. Ali Deus apareceu a Abraão e lhe confirmou a promessa de dar aquela terra à sua descendência.

Tendo edificado um altar para Deus em Siquém, Abraão parte o Sul, fixando-se num lugar entre as cidades de Betel e Ai onde se estabelece com as suas tendas e constrói um novo altar.

Depois, prossegue Abraão para o sul, não havendo informações na Bíblia onde seria esse terceiro local de sua passagem, mas apenas diz que havia fome naquela terra.

Alguns, no entanto, interpretam que Abraão teria chegado a Salém, lugar que corresponderia hoje à Jerusalém. Porém, a Bíblia não diz claramente onde teria sido.

Informações não bíblicas relatam que, após a morte de Terá (Taré), o rei de Salém teria enviado um mensageiro a Abraão com o fim de lhe convidar a fazer parte do núcleo de estudantes/sacerdotes no seu reino. O mensageiro que encarregado da mensagem chamava-se Jaram e o convite era extensivo a Naor também, mas que teria optado por ficar, construindo naquele lugar uma poderosa fortificação. Abraão, contudo, partiu com o seu sobrinho de nome Ló. Assim, ao chegarem a Salém, resolveram estabelecer o seu acampamento próximo da cidade e edificar guarnições nas colinas adjacentes, de forma a protegerem-se contra os furtivos ataques dos hititas, dos filisteus e dos assírios que privilegiavam estas zonas da Palestina nos seus ataques e saques. As visitas a Salém passaram a ser uma rotina para estes dois personagens e o reflexo dos ensinamentos do sábio Melquisedec foi notório nos seus ensinamentos.

No entanto, deve-se considerar que se Terá gerou Abrão e seus irmãos aos setenta anos (Gênesis 11:26) e faleceu aos duzentos e cinco anos (Gênesis 11:32), quando Abraão deixou Harã o seu pai certamente estava vivo com a idade de cento e quarenta e cinco anos já que o início da viagem do patriarca para Canaã ele tinha uma idade de setenta e cinco, ainda que naquela época a contagem de anos pudesse ser diferente.

 A seca e a viagem para o Egito

A Bíblia diz que houve fome na terra prometida que Abraão havia se estabelecido em Canaã e que, por causa disso, o patriarca e todo o seu acampamento retirou-se para o Egito.

Ao chegar no país, Abraão temeu que viesse a ser morto por causa da beleza de sua mulher e por isso combinou com ela que dissesse aos egípcios que seria sua irmã, não esposa.

Assim, o faraó veio a apaixonar-se por Sara e a levou para o seu palácio, passando a favorecer Abraão. Porém, Deus castigou o rei egípcio e este mandou chamar Abraão e lhe devolveu Sara, ordenando também que deixassem o país com os seus bens.

Regresso à Canaã

A Bíblia narra que Abraão, juntamente com sua esposa e com seu sobrinho Ló, retornou do Egito para a terra de Canaã, para o mesmo local onde havia se fixado ao Sul de Betel (provavelmente Salém). Tornou-se muito rico, possuindo rebanhos de gado, prata e ouro.

Prossegue o texto de Gênesis dizendo que Abraão retornou para Betel onde procurou o altar que havia feito para Deus e o invocou. Ali, no entanto, Abraão e Ló resolvem separar-se devido às contendas que havia entre os seus pastores por causa do numeroso rebanho que possuíam.

A separação de Abraão e Ló

A Bíblia relata que Abrão resolveu evitar desavenças com o sobrinho por causa do rebanho e lhe deu a opção de escolher planície que desejasse. Ló preferiu fixar-se na planície do rio Jordão, na região de Sodoma e Gomorra, que antes de ser destruída era comparada com o Jardim do Éden e com o Egito. Porém, Abraão preferiu permanecer em Canaã.

Habitou Abraão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da campina e armou as suas tendas até Sodoma. (Gênesis 13:12)

Acredita-se que Ló tinha uma personalidade diferente e se inclinava mais para assuntos materiais ligados a negócios diversos, sendo esse o motivo pelo qual ambos se separaram, indo Ló para a rica cidade de Sodoma e se dedicando ao comércio e à criação de animais.

Após a separação de Ló, Deus apareceu novamente a Abraão confirmando dar aquela terra à sua descendência, ordenando-lhe que percorresse a região.

Dali, Abraão levanta novamente as suas tendas e se fixa junto aos carvalhais de manre, em Hebrom, onde edificou um novo altar a Deus.

 Relação com os povos vizinhos

A Bíblia narra que houve uma guerra ocorrida envolvendo nove reinos. Os reinos de Sodoma, de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Zoar pagaram tributos a Quedorlaomer, rei do Elão, durante doze anos e haviam se rebelado. Assim, houve então uma guerra em que Quedorlaomer e mais três reis aliados atacaram a Palestina, ferindo a vários povos e confrontando-se finalmente com os reis de Sodoma e Gomorra que foram vencidos numa batalha em Sidim.

Com a derrota de Sodoma, Ló foi levado cativo com toda as suas riquezas. Sabendo disso, Abraão, com apenas trezentos e dezoito homens, lutou contra os inimigos e os perseguiu até as proximidades de Damasco, libertando Ló, sua família e o povo de Sodoma.

Provavelmente os povos vizinhos de Salém reverenciavam e respeitavam o Rei sábio Melquisedeque, mas de certa forma temiam o grande líder militar Abraão. As suas batalhas e conquistas tornaram-se conhecidas em toda aquela região, fazendo de Abraão um líder muito respeitado.

O rei de Sodoma, Bera, como recompensa pela libertação, chegou a oferecer os bens que foram saqueados por Quedorlaomer, mas Abraão recusou-se.

Melquisedeque partiu ao encontro de Abraão após a vitória em Sidim, já no seu triunfante regresso. A Bíblia diz que o rei de Salém trouxe pão e vinho para Abraão e lhe abençoou. Abraão, por sua vez lhe deu o dízimo de tudo que havia recobrado a Melquisedeque. Esta é a única parte no livro de Gênesis em que o personagem Melquisedeque é citado:

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo. (Gênesis 14:18-19).

 A Aliança de Abraão com Deus

No capítulo 15 de Gênesis, Deus aparece a Abraão. Tendo este oferecido um sacrifício a Deus, foi-lhe revelado sobre o futuro de sua descendência que suportaria a escravidão por quatrocentos anos e que depois retornaria para a terra prometida.

Então disse a Abrão: saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua; e servi-los-á e afligi-la-ão quatrocentos anos. Mas também eu julgarei a gente à qual servirão, e depois sairão com grande fazenda. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia. (Gênesis 15:13-16)

Informações não bíblicas falam de uma aliança entre Melquisedeque e Abraão. Tal aliança seria um reconhecimento de Melquisedeque da soberania de Abraão e a cedência do seu trono a este líder e à sua descendência, uma vez que este rei não tinha descendentes para o substituir. Esta referência também é mencionada na Bíblia no capítulo 7 da epístola aos Hebreus, onde se refere à falta de descendência deste personagem sábio de Salém.

Todavia, o texto bíblico em Gênesis é claro em demonstrar que o diálogo de Abraão e a sua experiência foi diretamente com Deus.

 Nascimento de Ismael

Sendo Sara estéril e pretendendo dar um filho a seu marido, ofereceu sua serva egípcia Hagar para que gerasse o primeiro filho a Abraão. Hagar então gerou a Ismael, considerado pelos muçulmanos como o ancestral dos povos árabes.

O texto bíblico informa que Abraão teria sido pai pela primeira vez aos oitenta e seis anos. E, antes mesmo do nascimento de Ismael, surgiram conflitos entre Hagar e Sara, culminando na sua fuga do acampamento de Abraão.

Tendo Hagar fugido da presença de Sara, o Anjo do Senhor apareceu-lhe quando se encontrava junto a uma fonte de água, convencendo-a a retornar, sujeitar-se à sua senhora e lhe prometendo um futuro grandioso para seu filho.

 A mudança no nome de Abraão e a instituição da circuncisão

Aos noventa e nove anos, novamente Deus aparece a Abraão, confirmando-lhe a sua promessa. Deus ordena que Abraão e todos os homens de sua casa fossem circuncidados. E que toda criança do sexo masculino que nascesse receberia esse sinal ao oitavo dia.

O filho da … de oito dias, pois, será circuncidado; todo macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. (Gênesis 17:12)

É nesta ocasião que Deus muda também os nomes de Abraão e de Sara, os quais até então chamavam-se Abrão e Sarai.

O nome Abraão significa pai de muitas nações.

Já a mudança do nome de Sarai para Sara é explicada na Bíblia com a promessa do nascimento de um filho, pondo fim à sua esterilidade.

 A visita dos três anjos e a confirmação sobre o nascimento de Isaque

Abraão foi circuncidado com noventa e nove anos após Deus ter anunciado que Sara daria à luz um filho - Isaque, que seria o herdeiro da promessa. Isaque nasceu no ano seguinte a esse anúncio.

O capítulo 18 de Gênesis diz que mais uma vez Deus apareceu a Abraão quando este se encontrava nos carvalhais de manre, à porta da tenda, e viu três varões celestiais (anjos). Estes confirmaram o nascimento de um filho a Sara e estavam se dirigindo para Sodoma a fim de cumprirem a ordem divina de destruição da cidade.

A destruição de Sodoma e Gomorra

Temendo pela vida de seu sobrinho Ló e de sua família, Abraão intercede a Deus para que não destruisse Sodoma. Deus então promete que se achasse pelo menos dez justos ali, pouparia a cidade.

Os anjos vão até Sodoma, entram na casa de Ló e o retiram da cidade junto com sua família antes que começasse a destruição do lugar, permitindo que o sobrinho de Abraão se refugiasse nas montanhas.

E aconteceu que, destruindo Deus as cidades da Campina, Deus se lembrou de Abraão e tirou Ló do meio da destruição, derribando aquelas cidades em que Ló habitara. (Gênesis 19:29).

 Abraão peregrina em Gerar

No capítulo 20 de Gênesis, Abraão parte de Hebrom para Gerar, que estaria situada entre Cades e Sur, região que corresponde á terra dos filisteus.

Temendo a Abimeleque, rei de Gerar, Abraão novamente comete o mesmo erro praticado quando esteve no Egito e diz que Sara seria sua irmã. Abimeleque apaixona-se por Sara e a toma de Abraão.

Deus então aparece em sonhos a Abimeleque e lhe adverte para que restituísse Sara a seu esposo.

Obedecendo a Deus, Abimeleque trás Sara de volta a Abraão, entregando-lhe também bens e riquezas. Abraão então ora por Abimeleque que é perdoado.

Depois do nascimento de Isaque, Abraão e Abimeleque fizeram um pacto em Berseba, isto é, realizaram um juramento de confiança.

 O nascimento de Isaque

O capítulo 21 de Gênesis diz que Abraão com a idade de cem anos quando tornou-se pai de Isaque.

Informações não bíblicas dizem que foi numa cerimónia pública e solene que Abraão teria apresentado em Salém Isaque como o seu primogênito.

No entanto, a Bíblia relata que, quando Isaque deixou de mamar, Abraão teria promovido um grande banquete em comemoração.

 Abraão despede-se de Hagar e de Ismael

Mesmo com o nascimento de Isaque, os conflitos entre Hagar e Sara continuaram, ameaçando a paz de sua família. Abraão então resolve despedir sua serva junto com o seu filho Ismael. A Bíblia diz que Deus amparou Hagar e seu filho durante a peregrinação no deserto de Parã.

 Deus prova a fé de Abraão

Mais uma vez Deus falou com Abraão e lhe pediu uma verdadeira prova de fé, determinando que levasse o seu filho para oferecê-lo em holocausto no Monte Moriá que fica próximo a Salém.

Após ter viajado por três dias a partir de Berseba, Abraão avistou o local e subiu ao monte apenas na companhia de Isaque. Porém, quando levantou a mão para sacrificar seu filho, foi impedido pelo Anjo do Senhor e encontrou no mato um carneiro para ser oferecido em lugar de seu filho.

 A morte de Sara

Segundo a Bíblia, Sara morreu em Hebrom com cento e vinte e sete anos. Abraão então adquire de Efrom, em Canaã, a Cova de Macpela por quatrocentos siclos de prata, que é considerada a primeira aquisição de uma propriedade do patriarca que sempre viveu como um peregrino em busca de melhores pastagens para o seu rebanho. A sepultura adquirida é posteriormente utilizada pelo patriarca e por seus descendentes.

 Abraão manda buscar uma noiva para Isaque

Narra o capítulo 24 de Gênesis que Abraão enviou o seu servo Eliezer para que fosse à Mesopotâmia e trouxesse uma esposa para seu filho Isaque entre os seus parentes.

Ocorreu que Milca e Naor tiveram oito filhos e netos. Eliezer então, ao chegar na cidade de Naor, encontra a Rebeca, filha de Betuel e irmã de Labão. Rebeca consente em ir com Eliezer e este a leva para Isaque.

 A união de Abraão com Quetura

A Bíblia registra uma segunda núpcia de Abraão após a morte de Sara. Com a união de Abraão e Quetura, foram gerados mais seis filhos, dando origem a outros povos, inclusive os midianitas.

E Abraão tomou outra mulher; o seu nome era Quetura. E gerou-lhe Zinrã, e Jocsã, e Medã, e Midiã, e Isbaque e Suá. (Gênesis 25:1-2)

Indaga-se se Abraão teria mesmo se casado com Quetura ou se ela foi apenas uma segunda concubina depois de Hagar. A Bíblia pouco fala a seu respeito, sendo possível apenas fazer a suposição de que ela teria vivido com o patriarca as últimas décadas de sua vida.

De acordo com o livro apócrifo de Jubileus, em 19:11, Abraão teria escolhido a Quetura entre os servos de sua casa porque Hagar falecera antes de Sara.

 A morte de Abraão

A morte de Abraão é comentada no capítulo 25 de Gênesis, o qual teria vivido cento e setenta e cinco anos e foi sepultado na Cova de Macpela por Isaque e Ismael.

Tudo o que tinha deixou de herança para Isaque, guardando apenas presentes para os filhos de Hagar e de Quetura. Os registros referem que todas as propriedades de Abraão foram para o seu filho Isaac, o filho de Sara que tinha o status de esposa. Agar não foi esposa de Abraão, mas sim uma concubina. Quetura foi esposa de Abraão após a morte de Sara.

Considerando que Isaque tornou-se o pai de Jacó e de Esaú aos sessenta anos, Abraão deve ter convivido com os netos durante quinze anos, muito embora o livro de Gênesis não mencione sobre esses contatos.

  •   Informações importantes sobre Abraão

Acredita-se que Abraão teria vivido mais provavelmente entre os séculos XXI e XVIII antes de Cristo. Uma vez que não existe atualmente nenhum relato da sua vida independente das escrituras - especificamente, do Livro do Génesis -, é preciso ter fé para acreditar que ele tenha sido uma figura histórica ou um personagem exaltado por Moisés a fim de explicar a origem dos hebreus e motivar o êxodo de seu povo do Egito em direção à terra de Canaã para concretizar as promessas de Deus.

Segundo o livro Génesis, que compõe o Pentateuco do Antigo Testamento, Deus disse a Abraão para deixar Ur com a sua família em direcção à "terra que eu te indicar". Nesta terra, os seus descendentes formariam uma grande nação e herdariam uma terra "onde corre leite e mel". Sendo o povo escolhido de Deus, os hebreus conquistariam a terra prometida de Canaã, uma terra de fartura, em comparação com as que Abraão deixara para trás. Foi assim que Abraão deixou a sua vida sedentária para viajar para Canaã. Esta migração é de significado histórico comparável à epopeia de Moisés, mais tarde, trazendo os hebreus de regresso do Egipto, através do Mar Vermelho.

Abraão era filho de Terah, 20 gerações depois de Adão e 10 depois de Noé. E, considerando que Noé ainda teria vivido 350 anos após o dilúvio, Abraão poderia ter conhecido o seu ancestral e também a Sem.

O nome original de Abraão era Abram, uma brincadeira judaica com Ibrim, que significa "Hebreus", para soar como "Excelso Pai". Abraão era o primeiro dos patriarcas bíblicos. Mais tarde, respondeu pelo nome de Abraham (Ibrahim), (ابرَاهِيم em árabe, אברהם em hebraico), o que significa "pai de muitos" (ver Génesis 17:5).

Fonte: www.admmissao.webnode.com.pt

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Sansão a força e fraqueza de um herói


Juízes 13.2-5: 2 Havia um homem de Zorá, da linhagem de Dã, chamado Manoá, cuja mulher era estéril e não tinha filhos. 3 Apareceu o Anjo do Senhor a esta mulher e lhe disse: Eis que és estéril e nunca tiveste filho; porém conceberás e darás à luz um filho. 4 Agora, pois, guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda; 5 porque eis que tu conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começará a livrar a Israel do poder dos filisteus.


Introdução
Os juízes foram líderes tribais que governaram Israel no período que se seguiu à conquista da terra. Quando se estabeleceram na terra, os israelitas enfrentaram muitos inimigos vizinhos. Um deles vem da costa do Mar Mediterrâneo. Trata-se dos filisteus. Saul e Davi muito se empenharam para combatê-los. Mas antes dos reis, Deus levantou uma pessoa para começar a libertar Israel domínio dos filisteus: Sansão. Este foi uma figura um tanto contraditória: foi consagrado desde o ventre da sua mãe para Deus, mas viveu uma vida dissoluta e imoral. Apesar dos desvios morais, seu nome está na lista dos heróis da fé (Hb 11.32). Vejamos quem foi Sansão.


O herói
1)
 Sansão foi o último juiz de Israel. Julgou por 20 anos (Jz 15.20). Ele começou a libertar Israel do poder dos filisteus (13.5b).
2)
 Sansão era nazireu, isto é, consagrado a Deus (Nm 6.1-21). Comprometimento do nazireu: não tomar vinho nem bebido forte; não tocar em cadáveres; não comer alimentos impuros; não cortar o cabelo.
3)
 Sansão era um instrumento do Espírito do Senhor: 13.25; 14.6. O Espírito lhe dava força. Capacitava-o para lutar. Aliais, o nome “Sansão” significa “como o sol”, que era um símbolo da força (Jz 5.31).
Sansão tinha em suas mãos a chave da vitória. O Espírito do Senhor agia sobre ele. Ele poderia libertar completamente Israel das mãos dos filisteus. Mas não libertou. Antes, ele mesmo acabaria sendo preso por eles.
Jovens: vocês são fortes. Já venceram o maligno. (1Jo 2.13). Mas porque muitos jovens estão derrotados? Para responder essa questão, continuemos com a história de Sansão.


A ruína do herói
Sansão quebrou seu voto com Deus. Tocou no cadáver de um leão (14.9). Bebeu bebida forte (14.10: “banquete”, literalmente “uma festa de bebidas”).
Sansão era dirigido pela carne: 14.1; 16.1. Era dirigido pelo olhar. Em 14.1, ele diz aos pais: “Vi uma mulher”. Em 14.3b, pede: “Toma-a para mim, porque ela me agrada muito”, literalmente “ela é certa aos meus olhos”. Sansão era dirigido pelo senso da época dos juízes: “cada um fazia o que lhe parecia certo” (17.6).

Sansão tinha o poder do Espírito, mas não era dirigido pelo Espírito. Era dirigido por suas paixões: 14.4.

O que fazer com o olho, se ele leva você ao pecado? Você, homem, como olha para as mulheres? Se você não consegue controlar seu olhar, então ‘arranque’ seu olho (Mt 5.29).
Ou seja, há situações que você precisa se comportar como se não tivesse olhos. Faça uma aliança com seus olhos, para que eles não se inclinem para o lugar errado (Jó 31.1).

Aqui, um conselho às jovens: cuidado com suas roupas. Cuidado para não se tornarem pedra de tropeço (Mt 18.7-9).

A ruína final de Sansão é narrada em Jz 16.4-31. Depois de se envolver com muitas mulheres, Sansão se casa com Dalila. Curiosamente o nome “Dalila” significa “fraco”, e contrasta-se com a força de Sansão. Sansão era forte. Mas Dalila era sua fraqueza!

Sansão se envolveu com a pessoa errada. A vida de Sansão nos ensina que existem amizades perigosas, com influências perigosas. Veja Sl 1.1.

Sansão cedeu às pressões: 16.16. Ele era continuamente importunado.
Sansão estava no lugar errado, com a pessoa errada. Mas tinha consciência quem era: “sou nazireu de Deus” (v.17). Sansão revelou “tudo o que tinha no coração” (v.18).

No colo da Dalila, teve seus cabelos cortados: v.19. “e sua força desapareceu”. Sua força não estava no cabelo. Sua força estava no Senhor: “Mas ele não sabia que o Senhor havia se retirado dele” (v.20). Sansão estava fraco, mas “não sabia”. Pior do que a fraqueza, é a ignorância da fraqueza.

Sansão foi preso pelos filisteus. Seus olhos foram furados (v.21). Agora ele não mais desejaria as mulheres pelo olhar!

Sansão tornou-se um animal de trabalho. Foi humilhado: v.23-27. O forte tornou-se fraco. Aquele que colocava medo em todos, agora é zombado. O homem que era mais forte do que um leão, torna-se mais fraco do que uma criança. Aqueles que fugiam de Sansão, agora riem dele. Sansão tornou-se troféu de conquista dos filisteus.

Você acha mesmo que vale à pena jogar fora a vida que Deus para você? Sansão é um sinal de que não vale à pena brincar com o pecado.


A última oração
Sansão foi levado ao templo do deus Dagom, que era um deus adorado pelos filisteus. Enquanto era zombado, ele pediu para um jovem conduzi-lo até as colunas que sustentavam o templo. Enquanto mais de três mil homens caçoavam dele, orou: “Ó Senhor Deus! Lembra-te de mim e dá-me forças só mais esta vez…” (v.28). O Senhor ouviu sua oração. As colunas foram empurradas, e o templo ruiu sobre todos. Sansão matou mais gente em sua morte do que em toda a sua vida (v.30b).

Nos últimos momentos de vida, Sansão clamou ao Senhor. Talvez seja por isso que seu nome foi inserido na “galeria da fé” de Hebreus 11 (11.32).


Conclusão
Aprendemos com Sansão sobre o perigo de levar uma vida dissoluta. Mas também aprendemos que nunca é tarde para se arrepender. Sempre é tempo de voltar e recomeçar.
Mas você não precisa ser humilhado como Sansão para voltar-se para Deus. Você não precisa ter os ‘olhos furados’ para mudar a maneira de olhar a vida. Se os seus olhos fazem você pecar, siga a instrução de Jesus: arranque-os, ou seja, comporte-se como se eles não existissem.

Fonte: www.ibatistavidanova.org.br

José do Egito, o sonhador




Deus sempre se manifestou através de sonhos! Na Bíblia Sagrada, podemos encontrar histórias lindas como a de José!


A vida de José moveu-se de forma impressionante por causa de sonhos! Os seus sonhos não queriam demonstrar superioridade, vaidade ou soberba, mas sim manifestavam aquilo que o Senhor estava preparando para ele! E para que os sonhos de José fossem concretizados em sua plenitude, muitos eventos tiveram que acontecer, e ele teve que padecer dificuldades em diversos momentos, mas em todos Deus se fez presente!

Primeiramente, José teve dois lindos sonhos, e com muita alegria foi contá-los aos seus familiares. Isso despertou em seus irmãos uma grande inveja que resultou em um terrível plano para matar José. 

Gênesis 37.5 ► Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.

Daí em diante José passaria por momentos de extrema dificuldade. Ele foi vendido por seus irmãos a alguns ismaelitas, e foi para na casa de Potifar, lugar onde Deus o honrou grandemente. Porém, naquele período em que Deus exaltara grandemente a seu servo, a esposa de Potifar tentou agarrá-lo e o acusou de tê-la acediado. Então o servo do Senhor foi parar numa prisão.

Até que novamente um sonho vinha mudar a vida de José, mas dessa vez o sonho era de faraó. Com a sabedoria do céu José interpretou os sonhos de faraó, e assim previu que viria um período de grande bonança e depois de grande seca. E assim aconteceu. Dessa forma os egípcios puderam se preparar e fizeram muitas reservas de alimentos. E nesse contexto, Deus exaltou novamente o seu servo José, e ele foi nomeado governador do Egito.

Quando chegou o período de seca, o pai de José mandou que seus filhos fossem ao Egito buscar mantimento, e assim o fizeram. José reconheceu seus irmãos, porém eles não. E intentou um plano para que trouxessem o seu pai, e assim foi feito. Quando chegaram José se revelou e com grande alegria confraternizou-se com toda sua família. E assim todos os grandes sonhos estavam cumpridos na vida de José!

Em nossas vidas acontece da mesma forma. Temos diversos sonhos a conquistar através de nosso esforço, garra e dedicação, porém muitos empecilhos aparecerão para nos atrapalhar. Mas, se nos levantarmos com força, adorarmos ao Deus dos Deuses e fizermos a vontade Dele, todos os sonhos se cumprirão, e poderemos ajudar e dar de comer até mesmo àqueles que queriam outrora nos matar!

SER UM SONHADOR É CORRER ATRÁS DOS OBJETIVOS, PULAR AS BARREIRAS, DERRUBAR AS MURALHAS E ASSIM, COM MUITAS DIFICULDADES, CHEGAR À GRANDE VITÓRIA DE NOSSAS VIDAS!



domingo, 7 de outubro de 2012

UMA VIDA NA PRESENÇA DE DEUS

I Reis 17:1-6
O profeta Elias, um dos maiores profetas mencionadas na Bíblia, um homem simples, de origem extremamente humilde, realizou um dos maiores ministérios proféticos, organizou a 1a Escola de profetas, fazendo discípulos e ensinando a todos a viverem na presença de Deus, pois era assim que ele vivia, ele estava sempre na presença de Deus.
No Novo Testamento, observamos Elias sendo citado constantemente e chega, inclusive, a aparecer ao lado de Jesus na experiência do “Monte da Transfiguração”, provando que a sua vida permanece na presença de Deus!
Você gostaria de levar a sua vida sempre na presença de Deus? Vamos observar algumas vantagens em viver na presença de Deus.

I – UMA VIDA NA PRESENÇA DE DEUS É UMA VIDA SEGURA 
Quando Elias decidiu viver na presença de Deus, ele sem medo algum, levantou a sua voz profética contra toda a injustiça e idolatria que eram praticadas em Israel pelo Rei Acabe e sua esposa Jezabel, e aí a sua cabeça foi colocada a prêmio e caçaram Elias por todo lugar (I Reis 18:10). Mas Elias estava guardado e seguro nas mãos do Senhor, o Deus Todo Poderoso!
Vivemos numa sociedade tão violenta que não sentimos a mínima segurança onde quer que nos encontremos, nem mesmo em nossos lares. E aí aumentamos os muros, colocamos grades, sistemas de segurança, vigias, cão-de-guarda, nos armamos etc. E ainda assim continuamos inseguros, pois se Deus não guardar... (Salmo 127:1-2). Mas aquele que entrega a sua vida ao Senhor, aquele que decide viver na presença do Senhor não teme mal algum, pois Deus guarda a sua vida... (Salmo 91).
Se você decidir viver na presença de Deus, Ele viverá com você e você se sentirá seguro! Deus enviou seu Filho Jesus para estar conosco todos os dias e para sempre...! O que você está esperando para entregar a sua vida a Jesus? Faça isso agora mesmo e decida viver, seguro, na presença de Deus!

II – UMA VIDA NA PRESENÇA DE DEUS É UMA VIDA PRÓSPERA 
Elias tinha nascido num vilarejo insignificante e muito pobre. E naqueles dias, havia uma grande fome sobre toda aquela região desértica. O povo vivia em extrema pobreza e miséria. Mas Elias não estava passando fome, ele tinha pão e carne duas vezes ao dia e água à vontade. Sabem por que? Porque Elias decidiu viver na presença de Deus e Ele sustenta os seus filhos, ainda que para isso seja necessário Ele fazer um milagre (I Reis 17:4, 9, 16)!
Deus cuida, alimenta e faz prosperar aqueles que decidem viver em sua presença! Você já decidiu conduzir a sua vida na presença de Deus? Entregue a sua vida nas mãos do Senhor e deixe que Ele a faça prosperar, suprir as suas necessidades e cuidar de você! Jesus disse certa vez: “Olhai para as aves do céu...Vosso Pai Celestial as alimenta...Mas buscai em primeiro lugar o Reino de Deus...” (Mateus 6:26-33)! Decida hoje, agora, mudar de vida e receba a bênção da prosperidade de Deus em sua vida!

III – UMA VIDA NA PRESENÇA DE DEUS É UMA VIDA DE FÉ 
O texto de I Reis 17:5 nos diz que Elias fez conforme a Palavra do Senhor, isto é, ele creu em Deus, ele teve fé. No Novo Testamento, Tiago se refere a Elias como um homem de fé que orou com fervor e o milagre aconteceu (Tiago 5:17-18).
Temos observado que as pessoas perdem a fé com muita facilidade. Vivemos num mundo incrédulo, sem fé, numa sociedade materialista que acredita no dinheiro, nas riquezas materiais e esquece do espiritual. Tem gente que já esqueceu que possui uma alma, um espírito para cuidar, alimentar, tratar, já esqueceu até que existe um Deus lá no céu onde um dia todos vão se apresentar diante dEle! E para quem já vive, hoje, na presença de Deus, não terá nenhuma dificuldade de continuar vivendo com Ele na eternidade.
Como vai a sua fé? Você crê que Deus existe? Você crê que Deus faz milagres? Você crê no poder da oração? Você crê que Deus pode resolver os seus problemas? Então tome a decisão de “viver na presença de Deus”, como um homem de fé, assim como Elias!
CONCLUSÃO: A Bíblia nos fala de Elias como um homem simples, “sujeito as mesmas paixões” que nós, mas mesmo assim ele “decidiu viver na presença de Deus” e consegui. Isso prova que nós também podemos conduzir as nossas vidas na presença de Deus! Sabemos que vale a pena viver na presença de Deus, agora a decisão é sua, a decisão é nossa! Uma vida na presença de Deus é uma vida de santificação e essa é a vontade de Deus para cada um de nós! Qual é a sua decisão? Você deseja conduzir a sua vida na presença de Deus?

Ap. Wagner Tenório de Almeida